A harmonização de vinhos e comidas surgiu espontaneamente na Europa. Por ser um continente acostumado a ter o vinho na mesa durante as refeições, o casamento do vinho local com a comida local propiciou a criação de diversas técnicas (italiana, francesa e inglesa) para nortear essas combinações.
A regra básica é simples:
- Vinhos simples pedem comidas simples;
- Vinhos estruturados pedem comidas estruturadas.
Ok! Mas o que são comidas estruturadas?
A estrutura em uma preparação é dada pelos temperos, ingredientes, tempo e tipo de cocção. Quanto mais ingredientes, quanto mais temperos e quanto mais tempo e variedades de cocção realizamos na confecção do prato, mais estrutura damos a ele.
Porém, não basta conhecer a comida. O vinho a ser usado para harmonizar determinado prato também deve ser conhecido, de forma se buscar o vinho que equilibre-se ao máximo com os sabores do prato.
Em suma, harmonização nada mais é do que a busca pelo equilíbrio comida-vinho, para que todos os sabores convivam em boca, sem “brigar”.
Segue abaixo um menu sulamericano como sugestão de harmonização. Esperamos que gostem!
Bon appétit !
Ingredientes : (10 porções)
900g de espinafre (folhas)
900g de acelga
200g de cebola branca
2 dentes de alho
150g de manteiga
450g de ricota fresca
150g de queijo parmesão ralado
18 ovos inteiros + 3 claras
1,2 Kg de massa folhada
Noz-moscada
Sal
Modo de preparo:
Cozinhe em água o espinafre e a acelga por 2 minutos. Deixe esfriar e esprema até que saia toda a água. Pique e reserve. Pique a cebola e o alho. Refogue a cebola na manteiga sem deixar dourar. Acrescente o alho e em seguida, as verduras picadas. Misture com sal e noz moscada e retire do fogo. Quando as verduras estiverem frias, esmigalhe sobre elas a ricota, polvilhe o queijo ralado e adicione 1 ovo batido. Forre por completo uma fôrma com a massa folheada. Pincele o interior com a clara de ovo, disponha o recheio de espinafre e acelga sobre a massa. Faça uma cavidade dentro dela (de modo que 1 ovo cru vá cozinhar dentro dessa cavidade) e tampe com o restante da massa. Junte as laterais e pincele com a clara e leve ao forno quente até que a massa fique dourada. Tire do forno e deixe amornar para servir.
Harmonização:
Nome do vinho: Callia Alta
Uva: Chardonnay
Produtor: Bodegas Callia
Teor Alcoólico: 13,5%
País/Região: Argentina / Valle de Tulum
Apesar de ser um prato com muitos ingredientes, apresenta uma estrutura de leve a média, por conter basicamente alguns vegetais, queijo branco e ovos. Os temperos utilizados não se sobressaem e apesar de a massa folha conter bastante gordura, após assada a textura crocante a disfarça.
Por este motivo, combina bem com este Callia Alta Chardonnay, um vinho jovem, com um teor alcoólico um pouco mais elevado, o que ajuda a neutralizar a gordura dos ovos e da massa. Com notas florais e de frutas cítricas, é um vinho levemente doce, com boa acidez em boca e leve sapidez, o que lhe confere um corpo médio.
Ingredientes: (10 porções)
4kg de filé de costela (entrecot)
30g de alecrim fresco
1kg de sal grosso
Molho:
150mL de azeite de oliva
150mL de vinagre de vinho branco
80mL de água
2 dentes de alho
1 pimenta dedo-de-moça
Orégano seco
Tomilho seco
Sal
Modo de preparo:
Porcione o entrecot em bifes grossos (1 dedo de espessura). Sele-os em uma panela bem quente com um fio de óleo. Em seguida, tempere as carnes com sal grosso e alecrim. Asse-as em uma churrasqueira e sirva acompanhada com molho chimichurri e pão.
Para o molho: Corte minimamente o alho e a pimenta. Em uma panela pequena, ferva o vinagre, o azeite, a água e o sal por 3 minutos. Retire do fogo e acrescente o líquido bem quente aos outros ingredientes. Misture e deixe esfriar. Guarde em um vidro tampado durante ao menos 2 dias antes de servir, para que os sabores se desenvolvam.
Harmonização:
Nome do vinho: Legado Muñoz
Uva: Garnacha
Produtor: Viñedos e Bodegas Muñoz
Teor Alcoólico: 13,5%
País/Região: Espanha / Noblejas, Toledo
Como prato principal, a Parrilla Argentina já apresenta mais estrutura. Bastante sal, alecrim e a gordura. A companhia do molho chimichurri aumenta ainda mais o corpo deste prato com algumas especiarias e a pimenta dedo-de-moça. Assim, é uma preparação que pede um vinho com mais corpo, não apenas por se tratar de carne vermelha.
O tinto Legado Muñoz (Garnacha), apesar de jovem apresenta um bom corpo por sua passagem – mesmo que rápida – em barrica. Uma alcoolicidade mais elevada denunciada por suas lágrimas de boa densidade e seu tom de vermelho intenso deixam já a boca ávida por carnes com gordura marmorizada, bem suculenta e levemente mal passadas.
É um vinho bastante harmônico e equilibrado com notas de frutas vermelhas, sutil amadeirado e taninos moderados.
Ingredientes: (10 alfajores)
Para a massa:
150g de manteiga
150g de açúcar
150g de maisena
100g de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento químico em pó
1 gema de ovo
Raspas de 1 limão
Para o recheio:
125g de doce de leite
50g de côco ralado
Modo de preparo:
Na batedeira, coloque a manteiga em temperatura ambiente e o açúcar e bata em velocidade media até obter um creme fofo e aerado. Junte, sempre batendo, a gema e a raspa de limão. Peneire junto a farinha, a maisena e o fermento em pó. Junte os ingredientes secos à massa de batedeira e trabalhe com as mãos até obter uma massa lisa. Deixe descansar por 20 minutos. Com um rolo, abra a massa sobre uma superfície enfarinhada para deixá-la com meio centímetro de espessura. Com um aro, modele os alfajores e coloque-os numa assadeira forrada de papel manteiga sem deixar dourar. Retire do forno e deixe esfriar, espalhando o recheio no lado liso do disco e colocando outro disco em cima para que se fechem. Passe a lateral do alfajor no coco ralado e sirva.
Harmonização:
Nome do vinho: Salton Moscatel
Uva: Moscatel
Produtor: Salton
Teor Alcoólico: 7,5%
País/Região: Brasil /Bento Gonçalves - RS
Leves, simples e saborosos: assim são os Alfajores Argentinos que, industrializados, já ganharam o mundo.
A massa é simples e leve, mas muito bem equilibrada por um leve toque de limão e pelo recheio de doce de leite e côco ralado. Portanto, casa muito bem com o espumante Moscatel brasileiro. Vinho doce, que apesar de um perlage não muito acentuado, apresenta boa acidez e sapidez, que auxiliam na limpeza da gordura do doce de leite no palato.
Bastante equilibrado e harmônico. Com notais florais que remetem a jasmin e gerânio complementadas por leve aroma de pêra, é um vinho ideal para sobremesas leves.
Esse post é do meu lindo amigo Fred Marques!
Exclusivo para o meu blog!!!!
Todos deveriam ter uma amigo Cheff… todos deveriam ter um amigo Fred!
Obrigado querido!!!!
É uma honra ter um texto meu no seu blog, queridona!!
ResponderExcluirTodos deveriam ter uma amiga Fer, isso sim!!!
Love u!!
Beijo de elefante!
Fred
Ranzinza da Silva hahahahahahahahahahahaha
ExcluirAmo-te!
Parabéns Fê!! Parabéns Fred!! Que texto mais generoso!!! Super bem explicadinho!! Vou aproveitar que o tempo começou a colaborar para experimentar uma combinação delícia dessas!!! Super beijos!!!
ResponderExcluirSuper beijos querida! Obrigada!!!!
ExcluirSuper super pra ti tbm!